Ator fala sobre seus planos para o futuro e conta que gostaria de “morar no mato e ter minha horta orgânica”
BEATRIZ BOURROUL (@BIABOURROUL)
14 JAN 2020 – 07H02 ATUALIZADO EM 14 JAN 2020 – 07H02
BEATRIZ BOURROUL (@BIABOURROUL)
14 JAN 2020 – 07H02 ATUALIZADO EM 14 JAN 2020 – 07H02
Paulo Gabriel interpreta Genílson na novela Amor de Mãe (Foto: Angelo Pastorello)
Paulo Gabriel, o Genílson de Amor de Mãe, deve voltar em breve à novela das 9. Irmão de Betina (Isis Valverde), dado como morto, na trama, o ator mantém suspense sobre o personagem. “O texto da Manuela Dias traz revelações e coloca o espectador em ponto de dúvida do que deve acreditar”, diz ele, que iniciou sua trajetória profissonal no teatro.
Na televisão, o ator — que já atuou em seriados como Carcereiros, Rua Augusta, Supermax — também é empreendedor cultural.Em 10 anos de carreira, atuou em 15 peças teatrais e está na expectatativa para os lançamentos dos filmes Mariguella, dirigido por Wagner Moura, e Amigas de Sorte,estrelado por Susana Vieira e Arlete Salles, em que atua.
O ator enaltece a possibilidade de trabalhar em diferentes meios — TV, teatro e cinema. “É importante passar por diversos caminhos e adversidades, saber se adaptar e trabalhar.”
Quem: Como surgiu a chance de atuar em Amor de Mãe? Passou por testes?
Paulo Gabriel: Sim, sempre por testes… No ano passado havia feito um teste para um seriado, com direção do [José Luiz] Villlamarin, que ainda será lançado, e não passei. Surgiu a oportunidade de um novo teste e fui novamente labutar. Nesse ofício temos de correr riscos, é uma profissão de risco, da instabilidade, porém temos de nos equilibrar nesse fio, ora corda, ora sonho, ora realidade. E fui lá fazer com muita vontade essa audição. Aliás, acho uma grande oportunidade para o ator realizar testes, é onde nós podemos arriscar, por isso gosto de testes. Faz parte do meu ofício, meu trabalho começa ali.
Você tem uma trajetória no teatro e no cinema. A TV era um objetivo?
Venho do teatro, mas sempre trabalhei muito no audiovisual independente. Gosto do set e da dinâmica desse universo. Passei por teatro, seriados e cinema. A TV nunca foi o objetivo. Meu interesse é por projetos que me movam na cocriação de um trabalho artístico plural e de personalidade. Tem sido uma experiência interessante de vivenciar. Participei dos seriados Carcereiros, Jezabel, Rua Augusta, Supermax… Sem ansiedade, fiz meu primeiro registro formal na Globo faz dois anos.
Paulo Gabriel caracterizado por Genílson, seu personagem em Amor de Mãe (Foto: Reprodução/TV Globo)
Como foi o processo de construção do Genílson?
Está sendo, na verdade. Em um projeto, como Amor de Mãe, em que se buscam atuações verossímeis e impactantes, nada melhor do que o real, o naturalismo, o humano. O Villa [José Luiz Villamarim, diretor] preza por atuações minimalistas e gosto desse lugar do acting. Genilson ainda é um processo curioso, investigativo. Ele e sua personalidade são citados pela boca das outras personagens, ou seja, não adianta vir com algo construído. O texto da Manuela Dias traz revelações e coloca o espectador em ponto de dúvida do que deve acreditar. Então, na preparação preferi entender o contexto da personagem, as relações e trazer à tona à simplicidade de uma escuta apurada e o game com o outro ator e com o que temos na cena, pois isso já é muito significativo.
Paralelamente à novela, você tem filmes a ser lançados e um projeto teatral. Gosta de transitar entre os veículos?
Acho fundamental esse trânsito de linguagens. É importante passar por diversos caminhos e adversidades, saber se adaptar e trabalhar. Em 2020, saírão quatro filmes que tive a oportunidade de trabalhar: Mariguella, dirigido pelo Wagner Moura, com Seu Jorge e Bruno Gagliasso; Amigas de Sorte, com direção do Homero Olivetto, com Susana Vieira e Arlete Salles; Caso Leonardo, uma co-produção Brasil-Argentina do diretor Val Carbone, e ‘Minha Potira, com direção de Wagner Sampaio.
Quando decidiu seguir a carreira artística? Teve apoio familiar?
Vim do segmento da comunicação e do entretenimento. Eu me encontrei no ofício do ator e empreendedor cultural. O nosso trabalho é prático. Você pode e deve estudar muito, mas em cena, temos de ser humanos e tocar o outro. Família é importante. É fundamental termos pessoas que nos incentivem. Minha mãe foi cantora e jornalista. Ela entendia bem os desafios da profissão e sempre foi e é uma grande incentivadora e efusiva defensora de que nós devemos transformar nossos sonhos em realidade. Minha parceira que também é do segmento artístico, juntando tudo, caminhamos para frente.
Paulo Gabriel trilhou trajetória no teatro antes de conquistar oportunidades na TV (Foto: Angelo Pastorello)
Quais seus sonhos profissionais?
São muitos. Sou um sonhador nato. O universo da criação dialoga muito com o dos sonhos. Como ator, quero me firmar e expandir nesse mercado do audiovisual que exige muita resiliência e dedicação. Uma das vontades que tenho é de trabalhar no mercado de língua hispânica, em especial com coproduções com Argentina e Espanha. Penso também em retornar com o Teatro Nova Cultural, que teve suas atividades encerradas em 2016, ou seja, a poucos anos atrás a cultura já começava a dar alguns sinais do futuro desmonte que estaria por vir.
E pessoais?
Pretendo morar no mato, ter minha horta orgânica, ter uns dois filhos e tornar a vida o mais simplificada possível. A megalópole te coloca num sistema de demandas contínuas e crescentes. A vida é mais simples do que imaginamos e do que nos é ofertado. Simplificar é a palavra.
Paulo Gabriel foi selecionado para Amor de Mãe por meio de testes (Foto: Angelo Pastorello)