Para se fazer teatro é preciso de dez por cento de talento e o restante é trabalho e muito estudo. Paulo Gabriél alia tudo isso, além de ser um ator talentosíssimo, ele é um incansável pesquisador das artes cênicas, a sua curiosidade e a sua força de vontade o levam a explorar o novo e o frescor de uma boa interpretação. Voltá-lo a dirigí-lo no Drama 2011, onde o mesmo interpretou o papel de Pôncio Pilatos, foi muito gratificante e cheio de novos desafios. A sua inquietação artística faz com que ele proponha, investigue e arrisque idéias pré-concebidas em favor de uma criação autêntica e contagiante.
Paulo Gabriel não só contracena com outros atores, mas ele busca cumplicidade com tudo que o cerca ( Os cenários, os objetos, a luz, a sonoplastia e até com o espaço vazio). Quantas vezes ao observá-lo nos bastidores, fui surpreendido por essa inquietação e pude conferir com admiração o seu processo de criação artística. Além de um belo ator, a sua rica expressão vocal e corporal, colaboram para o sucesso de seus personagens. É muito enriquecedor para um diretor dirigir atores como ele, espero que o teatro me traga mais artistas assim.